terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Gigante do Cerrado.


Por: Elenilton da Cunha Galvão




Reza a lenda que existe um pequeno gigante que mora no interior do Brasil pelos rumos de Goiás, um gigante muito egocêntrico, um Gigante que não se lembra dos seus pais e tampouco quer lembrar, acredita, contudo que é único no mundo _somente acredita_, pois havia boatos que ele devorava qualquer um que temia estar crescendo ou aparecendo mais que ele próprio. Chamam-lhe de Gigante glutão.


Tem uma língua espinhosa e aquele que sua língua encosta não se safa com facilidade, o gigante da língua espinhosa se farta de todo aquele que acredita ser uma boa refeição para que seu ego fique satisfeito e inflado, para se sentir-se maior do que é, ou melhor, maior que qualquer um. Olhava, examinava e pensava "é esse mesmo!! Quem esse 'zé ninguém' pensa que é?!'"... E devora passando sua língua espinhosa tirando a carne dos ossos do pobre infeliz. Dizem que quem recebe sua bocada, ainda que sobreviva, não se esquece, suas marcas ficam lá eternamente e a dor é difícil de amenizar, assim contam sobre o Gigante glutão.

O Gigante é muito rico, mais não usa seu dinheiro para se sobressair, ou ser melhor que os outros, isso parece não lhe importar, gosta mesmo é de banquetear-se, tanto que usa sua imensa boca com aquela língua espinhosa para tentar destruir todo aquele que acredita ser ameaça, ou quem lhe pareça um bom prato, uma boa distração. O Gigante, contam, não é grande, pelo contrário, é pequeno... Mas pelo triste hábito de devorar seus filhos e seus pares, se sente maior que as montanhas que não conhece, o Gigante é indolente, perdulário, e bajula qualquer um que no futuro lhe pareça um bom banquete.

O Gigante ninguém sabe seu nome real, e tampouco tem sexo definido, é homem, é mulher e é tudo... Sabe-se que ele tem um apelido, esse apelido mal se lembrava de como havia pegado, mas sempre responde quando lhe chamam de Ouvidor.