Por: Elenilton da Cunha Galvão
Reza
a lenda que existe um pequeno gigante que mora no interior do Brasil pelos
rumos de Goiás, um gigante muito egocêntrico, um Gigante que não se lembra dos
seus pais e tampouco quer lembrar, acredita, contudo que é único no mundo
_somente acredita_, pois havia boatos que ele devorava qualquer um que temia
estar crescendo ou aparecendo mais que ele próprio. Chamam-lhe de Gigante
glutão.
Tem
uma língua espinhosa e aquele que sua língua encosta não se safa com facilidade,
o gigante da língua espinhosa se farta de todo aquele que acredita ser uma boa
refeição para que seu ego fique satisfeito e inflado, para se sentir-se maior
do que é, ou melhor, maior que qualquer um. Olhava, examinava e pensava "é
esse mesmo!! Quem esse 'zé ninguém' pensa que é?!'"... E devora passando
sua língua espinhosa tirando a carne dos ossos do pobre infeliz. Dizem que quem
recebe sua bocada, ainda que sobreviva, não se esquece, suas marcas ficam lá
eternamente e a dor é difícil de amenizar, assim contam sobre o Gigante glutão.
O
Gigante é muito rico, mais não usa seu dinheiro para se sobressair, ou ser
melhor que os outros, isso parece não lhe importar, gosta mesmo é de
banquetear-se, tanto que usa sua imensa boca com aquela língua espinhosa para
tentar destruir todo aquele que acredita ser ameaça, ou quem lhe pareça um bom
prato, uma boa distração. O Gigante, contam, não é grande, pelo contrário, é
pequeno... Mas pelo triste hábito de devorar seus filhos e seus pares, se sente
maior que as montanhas que não conhece, o Gigante é indolente, perdulário, e
bajula qualquer um que no futuro lhe pareça um bom banquete.
O
Gigante ninguém sabe seu nome real, e tampouco tem sexo definido, é homem, é
mulher e é tudo... Sabe-se que ele tem um apelido, esse apelido mal se lembrava
de como havia pegado, mas sempre responde quando lhe chamam de Ouvidor.