segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Catolicismo Pagão


O culto católico, como sobejamente [mais do que necessário] já temos provado, tem por princípio a Política, por meios o embuste e a astúcia e por fim a obtenção do Poder Temporal Mundial.

O Cristo é o pretexto, a cruz — a tabuleta comercial, o altar — o balcão e o clero — o funcionalismo desse colossal empório, que é o Vaticano.

Tudo ali é puro Paganismo; tudo ali é contrário à doutrina do Cristo, começando pelo próprio templo, condenado pelo Rabino [Jesus] e confirmado pelos Apóstolos, em Atos, até o mais comezinho [evidente] instrumento do culto. Tudo é cópia das mitologias, do Ocultismo e da magia negra.

São Clemente, de Alexandria, um dos mais venerados sábios da Igreja, já havia dito que:

"o Cristianismo era o Paganismo com seus 'mistérios' e ritos pagãos, iniciação, epopsia, hierofania, grandes e pequenos mistérios. A ligação viva entre Paz e Cristo, diz ele, está na razão de mãe para com o filho; mas a parteira, dona Teologia, fez o trabalho tão mal, que a mãe morreu e o filho ficou em perigo até hoje".

São Clemente de Alexandria
São Tertuliano, São Justino e muitos outros apologistas da religião cristã admitiam que:

"a religião de Zoroastro já possuía sacramentos, batismo, penitência, eucaristia, consagração com palavras místicas, que os iniciados marcavam a fronte com um sinal sagrado (como se faz no Krishna) aceitavam o dogma da ressurreição de Mitra, que seu pontífice não podia ser casado várias vezes, que tinham virgens e lei de continência etc."



São Tertuliano

Diz ele mais que:

 "as práticas do primitivo Cristianismo denotavam semelhança com a doutrina de Zoroastro, que os cristãos do Ocidente voltavam-se para o Oriente a fim de orarem e que todos os seus templos eram voltados para o sol nascente. Descansavam ao domingo porque era o dia consagrado ao sol".

Na Grécia, quando se celebrava em honra ao deus Baco, as mulheres invocavam o Cordeiro. Os católicos invocam o Cordeiro.

Nessas cerimônias os sacerdotes carregam o cofre que continha o coração de Baco. Os católicos, na quinta-feira Santa, carregam o cibório [recipiente usado para guardar hóstias] contendo o corpo de Cristo.

Baco, como Cristo, tivera suas iniciações. Os iniciados esperavam seu último advento, como os cristãos esperavam o de Cristo.

Amiano Marcellino, Procópio e São Cirilo citam que se chorava a morte do deus Adônis, ferido por um javali; mostrava-se ao povo a larga chaga, como se mostram as chagas de Cristo.

Adônis
O Adônis dos fenícios, o Adoneus dos árabes e o Adés dos gregos é o mesmo deus do Sol.

Moisés, firmado no Zoroastrismo, no Bramanismo, no Budismo e em outras religiões antigas que ele mesmo declara conhecer, condenou templos, imagens esculpidas e sua conseqüente idolatria. Jesus, indubitavelmente, confirmou Moisés; mas o Catolicismo, por desaforo, serve-se da sua própria imagem como supremo símbolo de idolatria, e completa o panteão com a de sua mãe e uma legião de santos e santas para cada especialidade milagreira, como fazia o Paganismo Romano, conforme já vimos, que tinha até o Santo da Estrumeira como o nome de Esterquilino.

Era o Saturno para a semeação, o Consus para a colheita, o Ceres para o crescimento, o Flora para as flores, o Pomana para o pomar, o Vervactor para a primeira lavragem, o Redarator para a segunda, o Messor para a ceifa, o Convector para a colheita, o Tessoma para a fadiga etc.


Ceres

Os pagãos davam nomes de deuses às localidades, como patronos. Entretanto, cidades com o nome do Espírito Santo, parcela de Deus e de santos e santas da hagiografia católica pululam pelo mundo inteiro.

As orações dos pagãos são consideradas como encantações mágicas, tanto mais eficazes quanto maior for o número de divindades invocadas. E que são as orações do Catolicismo, senão encantações, tanto ou mais eficientes, quanto maior for o número de santos invocados, pois, como já tivemos ocasião de citar, eles têm crédito na Corte Celestial?

Que são as medalhas de santos, senão os talismãs do Ocultismo? Em que serão aquelas mais eficazes que estes? A água benta é a água lustral do Ocultismo. Os exorcismos e as encomendações de mortos são reproduções das mesmas práticas de magia negra, em que o hissopo e o incensório, petrechos mágicos, rodeiam o corpo com misteriosos círculos de fogo e água benta, tal como praticavam os Auguros nos mistérios de Elêusis, tudo acompanhado de fórmulas cabalísticas, ditas hoje em latim. Ambos ofereciam em nome de Deuses e das potências divinas.





As figas bentas, escapulários, etc. são outros tantos amuletos da magia negra e do Lamaísmo.

O papa Sixto IV, em 1471, chegou a inventar carneirinhos de cera, que se enterravam para livrar de malefícios, bruxarias, incêndios, naufrágios, tempestades etc. tal como se faz nos sertões da África e mesmo no nosso país, entre gente culta e nos candomblés!

Que é o rosário senão uma imitação aperfeiçoada do "Moinho de Rezas” do Lamaísmo Tibetano?

Que livro lê o padre na missa? A Bíblia; que, ato contínuo, ele condena e atira na cara de um protestante.

Quais seus hábitos talares? Os mesmos usados pelos grandes sacerdotes do Egito, do Tibete etc.



Citemos uma cena do ritual católico praticada pelo papa, no ato da canonização de um santo:

"O papa sentado em seu trono recebe das mãos dos cardeais dois pães, um pequeno barril de vinho, três velas de cera, duas pombinhas e alguns passarinhos presos em uma gaiola feita de fios de prata. O papa abre a portinhola, tira um pássaro e o solta".

Não se parece isso com uma cena das nossas macumbas? E a saída do purgatório de uma alma para o céu! Só falta substituir o órgão pela cuíca.

Se esta cena se produzisse no nosso país, a canoa policial não demoraria em remover sacerdote e  bugigangas para o xadrez; mas o ato passa-se no templo de Roma.

As procissões, as preces ao santo especialista, para chover ou deixar de chover, contra as epidemias, para ganhar uma guerra matando seu semelhante, para arranjar casamentos ou descobrir objetos perdidos, para ter filhos, para quebrar ciúmes ou quebrantes etc., que são senão exata reprodução da magia negra? Como os mágicos ou feiticeiros, ele se diz o depositário dos segredos do céu e do inferno, e, colocando-se entre o homem e Deus, ele esmaga aquele com o formidável peso do seu Poder.


Toda a administração do Universo, diz Dupuis, era composta de uma multidão de inteligências, denominadas, conforme os dialetos, por anjos, deuses, heróis, izeds, gênios etc. Cada qual tinha uma função particular, seja sobre a chuva, a seca, o calor, o frio, a lavoura, os rebanhos, as artes etc. Entre os persas era Bad, o nome do anjo que preside aos ventos; Mordad era o anjo da Morte; Aniran preside as bodas; Fervadin é o anjo do ar e dos ventos, Kurdat, o anjo da terra e dos frutos.

Os cristãos copiaram essa hierarquia dos persas e caldaicos. Orígenes refere-se ao anjo da vocação dos gentios, ao anjo da Graça. Tertuliano fala do anjo da prece, do anjo do batismo, do anjo do matrimônio, do anjo que preside a formação do feto. Crisóstomo e Basílio celebram o anjo da paz. Em cada planeta os cristãos colocaram um anjo para guiá-lo. No Apocalipse as plêiades são chamadas sete anjos. Seria interminável se fôssemos citar a angelolatria do Catolicismo, genuíno culto idolatra.



Nunca Jesus ou seus apóstolos instituíram o mínimo ritual ou o mínimo dogma. Como, pois, uma Igreja, que pretende ser a arca sagrada da palavra do seu fundador, age de modo tão diametralmente oposto?

Atualmente o católico não mais vive da espiritualidade da Igreja, mas sim da materialidade na igreja.

A Igreja Católica é um estabelecimento ao qual se vai quando se necessita de certos socorros e é por isso que, aparecendo pela exterioridade e pela imposição orgulhosa, todos se sentem coagidos e constrangidos com seus decretos, assim disse Karl Adam. grande apologista católico, professor em Tubingen.

O cristão não sabe se deve respeitar os dons de amor e de perdão com que Jesus dotou sua doutrina ou se deve se apavorar ante os anátemas e as fogueiras que o Catolicismo criou.

Pelo interior do país, então, assiste-se, como nos foi relatado por um ministro plenipotenciário de uma nação européia, a cenas do seguinte jaez:

 "Um sertanejo, premido em frente de uma igreja para satisfazer certa necessidade fisiológica, após um momento de indecisão e de reflexão, tirou o chapéu respeitosamente e, encostando-se na parede do templo, realizou seu mais ardente desejo, tornando a saudar o dono da casa, compenetrado de que agira diplomaticamente com ele".

Não é ajoelhando-se perante a imagem do Cristo pregado a uma cruz, nem lhe comendo a carne ou lhe bebendo o sangue que demonstramos ser cristãos.

Não é submetendo-se cegamente a um código terrorista forjado pela política romana, então predominante, que o católico provará ser verdadeiramente cristão.

É discernindo o veneno que existe na confusão dos termos Religião e Culto — Cristianismo e Catolicismo.


 É cumprindo à risca a doutrina social de Moisés que o Cristo pregou e pondo em prática a moral e os virtuosos temas budistas que ele tornou conhecidos. É não matando, não roubando, não cobiçando a mulher alheia nem os bens de seu semelhante, não caluniando, não desejando o mal a outrem, é nos amando mutuamente, como parte integrante do mesmo reino hominal e adorando o Criador em espírito e verdade, como mandou Jesus, que o Reino de Deus, voltaria,
como nos tempos patriarcais, podendo-se então espetar no pólo norte a bandeira branca com o seguinte letreiro: Reino do Céu.

Rituais, cerimoniais, liturgias, dogmas, sacramentos não passam de mistificações à credulidade pública, fascinada pelas encenações teatrais e pela lábia dos mesmos fariseus, que o Rabino não cessava de chicotear com seu divino verbo.




Marcos VIII, 15, diz: "... guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes", isto, fugi da lábia do clero e da política papal.

Quando o púlpito de uma igreja se transforma em tribuna política, nela o orador faz ouvir, não o verbo de Deus, nem mesmo a palavra de amor de Jesus.

contrário como ele era à política romana; mas a voz tonitruante de Nemrod. Princípio do Mal, o militarismo desorganizador da paz mundial. Em vez de chamar do púlpito a humanidade à paz, ele a incita, pelo contrário, à guerra, benzendo as armas assassinas que terão de matar outros católicos!


Paganismo, mas, não Cristianismo é que é o Catolicismo!

A virgem Isis amamentando





Fonte:

Leterre, A., Jesus e sua doutrina: a distinção entre cristianismo e catolicismo: um estudo que remonta há mais de 8.600 anos/A. Leterre. — São Paulo: Madras, 2004. pag. 386-390.