quinta-feira, 7 de março de 2013

A situação venezuelana e a sedução de Mefistófeles


por: Elenilton da Cunha Galvão




Considerando os últimos fatos sobre a morte do então presidente venezuelano Hugo Chávez, o cenário que cerca a nossa querida América do Sul à primeira vista é mais sombrio do que apaziguador.


Como é o esperado, os Estados Unidos já se dispuseram a ajudar os venezuelanos na eleições que se seguirão,mas, como é de conhecimento amplo, os norte americanos impõe sua “democracia” à todo custo, e como foi dito, essa “transição” para a supracitada “democracia” deve ser feita "conforme os compromissos da Venezuela com os altos padrões democráticos do hemisfério" como afirmou Roberta Jacobson que é secretária adjunta para assuntos da América Latina, segundo o site Terra. É notório que a posição do agora presidente Nicolás Maduro não seja tão confortável, o mesmo inclusive já pediu a expulsão do militar David Del Monaco do país por, entre outras coisas, “...conspirações de caráter militar. Atividades ilegais que rompem convênios. Funcionário dos EUA atuando contra, tentou orquestrar golpe com militares.” como informou o site Brasil 247.

É sabido que os EUA a muito tempo aguardam um momento como esse, pois há registros de inúmeras ntativas de golpes de Estado para a derrubada do sempre escorregadio Hugo Chávez, como o memorável golpe de 2002 no qual ele voltou ao poder graças a militares e compatriotas leais ao seu governo, contudo em uma situação propicia nada mais óbvio que a tentativa norte-americana para a implantação de sua “democracia” corporativista-monetista-liberal e isso claramente será efetuado pois é sombrio o futuro venezuelanao sem o gênio político de Chavez, se de fato isso ocorrer, a opinião desse humilde escritor que vos fala é muito pior que qualquer conceito de ditadura que a mídia tanto bate e rebate em países de políticas nacionalistas e populistas, como a Venezuela, Cuba, Bolívia, Ecuador e etc.



É notável a relação de amor e ódio das pessoas em relação a figura de Chavez, se por um lado ele era acusado de ter apoiado as FARC, promovido golpes militares em outros países, apoiar governos no mínimo questionáveis, sustentar grupos paramilitares para repressão aos contrários de seu governo, enriquecimento ilícito e etc. Pode-se notar também que ele tirou nossa vizinha Venezuela das mãos de um Estado neoliberal mais corrupto ainda, que afundava sua população na miséria e no descaso, elevou os sentimentos e a estrutura nacional com seus petrodólares (Sim, ele vendia petróleo aos americanos!), estatizou empresas que ao seu ver eram essenciais, e fez da política Venezuelana referência na nossa latino-america. Sem contar, claro, que Chavez foi sem duvida alguma um gênio político de primeira ordem.

O futuro da Venezuela aparece como nuvens sombrias no horizonte. Nicolás Maduros terá força para sustentar a máquina bolivariana que Chavez criou? É incerto, contudo Hugo Chavez confiava em seu vice e não atoa ele ocupa tal cargo. Certo é que se houver a queda da república bolivariana, haverá também a queda (como um dominó) de vários países que a política derivam da implantada na Venezuela, à saber, Bolivia, Ecuador e etc. Quanto à situação cubana? Chavez era um dos poucos que ajudavam a ilha à se sustentar ante tantos embargos que foram impostos pelos americanos, sem os chavistas ajudando a ilha de Fidel, certamente a situação será insustentável e a política da pequena ilha também cairá para a alegria da blogueira Yoni Sanchez.

Resta-nos aguardar o desenrolar dos fatos para tirarmos mais conclusões. Á primeira vista, se os apoiadores do regime de Chavez não conseguirem se sustentar no poder, será perigoso que a república venezuelana caia em guerra civil, isto se olharmos por uma ótica previsibilista o que aparentemente é leviano, mas não descartável. Talvez o presidente Maduros necessite usar do poder de fato (força bruta) para conseguir outra vez o poder de direito (consentido), mas isto acontecerá somente se os americanos utilizarem sua politica externa para influenciar os rumos do Estado que se estabelecerá doravante no nosso país vizinho (estão de olho na PDVSA), o que certamente acontecerá, isso pode ser justificado pela própria fala de Maduros pedindo união no país prometendo continuar fiel ao legado de Hugo Chavez, como aparece em reportagem do jornal O GLOBO. Torçamos para nossos irmãos venezuelanos de modo que consigam que todo o processo de transição que se sucederá ocorra em paz e com o melhor resultado para seu país, afinal, a democracia nunca foi ou será um regime justo como dizem (vejamos por exemplo a situação das minorias) tampouco o regime venezuelano pode ser visto de forma tão autoritária como escrevem. A Venezuela tem direito à ser soberana e escolher o melhor rumo para seu país.