Por: Paulo Migliacci (tradução)
Girando em torno da Terra à velocidade de 28.163
km/h, o Telescópio Espacial Hubble capturou algumas das mais detalhadas imagens
de objetos e atividades espaciais já registradas. Mas o que o Hubble faz
envolve muito mais do que a obtenção de belas imagens. Utilizando os dados por
ele obtidos, os pesquisadores conseguiram realizar saltos gigantescos no que
tange a desvendar os mistérios do universo.
Para celebrar o
19° aniversário do telescópio espacial, que aconteceu em abril, a Administração
Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) dos Estados Unidos divulgou sua lista
das 12 maiores descobertas científicas que foram tornadas possíveis pelas fotos
que o Hubble obteve. Conheça as cinco primeiras da lista.
A primeira prova direta da existência de matéria escura
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Entre as fotos, está a que mostra o chamado Bullet Cluster, ou aglomerado galáctico Bullet.
Combinada a dados obtidos por dois outros telescópios, a vista
que o Hubble oferece desse aglomerado galáctico demonstra o que acontece quando
dois grandes grupos de galáxias se envolvem em uma colisão. A imagem foi
definida em 2006 como a primeira prova direta da existência da chamada matéria
escura, uma substância ainda não identificada que, acreditam os cientistas,
responda pela maior parte da massa total do universo.
"Pérolas cósmicas" localizadas em torno de uma supernova
Ainda que a supernova 1987A tenha sido observada inicialmente pouco mais de duas décadas atrás, o Hubble é o único observatório espacial em atividade que consegue distinguir cada uma das "pérolas" na incomum "gargantilha" dessa estrela morta, como esta foto obtida em dezembro de 2006 revela.
O material de cor rosa localizado na porção média do anel
representa destroços que ficaram da explosão da imensa estrela. Os astrônomos
acreditam que o anel seja uma camada externa de matéria que a estrela expeliu
cerca de 20 mil anos antes de se sua explosão final. A onda de choque da
explosão está agora aquecendo certas porções daquele anel, o que cria as
"pérolas" brilhantes. Os dois objetos brilhantes do lado de fora do
anel são estrelas próximas.
Adivinhando a idade do universo
Com uma imagem que se assemelha à de um festival de vagalumes, essa foto que o Hubble obteve em 2002 mostra estrelas brancas anãs e ajudou os astrônomos a calcular a idade do universo com uma precisão até então sem precedentes.
Estrelas brancas anãs são os núcleos densos que ficam para trás
quando estrelas assemelhadas ao Sol de nosso sistema morrem. Ao medir a
luminosidade de algumas das mais antigas estrelas anãs brancas conhecidas, foi
possível calcular que esses sóis extintos têm entre 12 bilhões e 13 bilhões de
anos de idade.
Desde então, os astrônomos combinaram esses dados com
estimativas sobre a idade do universo baseadas nos modelos teóricos quanto à
expansão universal, bem como a mensurações mais recentes da radiação difusa
liberada pouco depois do Big Bang.
Os cientistas agora afirmam com confiança que o universo tem
13,7 bilhões de anos de idade, com margem de erro de apenas algumas centenas de
milhares de anos para menos ou para mais.
Júpiter leva uma surra
Duas imagens obtidas pelo Hubble e montadas como uma composição mostram um "trem" formado por porções do cometa P/Shoemaker-Levy 9 tomando Júpiter por alvo em maio de 1994 - um mês antes que 20 pedaços do cometa em extinção se chocassem contra o hemisfério sul do gigante gasoso.
O planeta sobreviveu ao ataque sem sofrer danos graves, ainda
que cada uma das colisões gerasse energia semelhante à que seria liberada caso
todas as bombas atômicas existentes na Terra explodissem ao mesmo tempo.
Plutão conquista alguns amigos
Em 2005, o Hubble divisou os contornos indistintos de duas luas em órbita de Plutão, o que elevou a três o número de parceiros orbitais do ex-planeta. Anteriormente, a única lua conhecida de Plutão era Caronte - o grande corpo celeste visto ao lado de Plutão na imagem acima-, descoberta em 1978.
As duas novas luas, que receberam os nomes de Nix e Hidra, são
cerca de cinco mil vezes menos visíveis que Plutão. Feliz ou infelizmente, o
Hubble também teve um papel a desempenhar na demoção de Plutão ao seu status
atual de planeta anão.
Imagens obtidas pelo Hubble ajudaram os astrônomos a compreender
que um dos vizinhos de Plutão, Eris, na verdade é um corpo celeste de
proporções maiores que as do ex-planeta, o que despertou um debate vívido
quanto ao que define um planeta.
Fonte:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/veja-as-cinco-descobertas-mais-incriveis-do-hubble,d4a91557419ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html